Entrevista: José Eduardo Kalil

Pela primeira vez, em seis anos de revista, José Eduardo Kalil fala à São José Polo. Idealizador do projeto e diretor-geral da publicação, ele fala sobre o lifestyle do polo, faz um balanço do momento atual e conta quais serão os seus próximos passos dentro dessa verdadeira plataforma de negócios.

 

Revista SJP: Qual a diferença entre o polo jogado no Brasil e o praticado no resto do mundo?

 

José Eduardo Kalil: O polo no Brasil vive uma transição. Está deixando de ser amador e restrito a estruturas familiares tradicionais e caminhando para o polo praticado nos Estados Unidos, Inglaterra e Argentina, onde a realidade é diferente. A Argentina, que é o grande celeiro do polo mundial, produz os melhores profissionais, a melhor cria e dispõe da maior infraestrutura. E o que faz com isso? Exporta para muitos países, tendo como principais clientes Estados Unidos e Inglaterra. E é aí que aparece a figura do “patrão” que, diferentemente do que ocorre no Brasil, é um homem de aproximadamente 50 anos, dono de uma grande empresa, que se encantou pelo esporte e, portanto, disponibiliza tempo e dinheiro para dedicar-se à sua paixão.

 

Revista SJP: Como você vê a SJP inserida nesse contexto?

 

José Eduardo Kalil: Por volta do ano 2000 tivemos o nosso primeiro patrocinador oficial da camisa, que foi a Mitsubishi Motors. Esta parceria durou três anos e foi o início desse processo. Em 2009, apresentei à Audi do Brasil um projeto mais amplo, que visava dar à marca grande propriedade no esporte. Logo na sequência criei a Copa Ouro, que me permitiu trazer outras grandes marcas, como Veuve Clicquot, Royal Salute e, mais recentemente, Piaget e Diageo, e levá-las junto conosco para outros eventos exclusivos, como o SJP Classic, criado em parceria com a JHSE. Penso que a SJP tem tido papel importante nesse processo de profissionalização do esporte no Brasil, buscando, principalmente, realizar eventos exclusivos e conectar um público, também muito exclusivo, a grandes marcas.

 

Revista SJP: Em sua opinião, o polo se diferencia dos outros esportes em que aspectos?

 

José Eduardo Kalil: Bem, em vários. Em primeiro lugar pela estrutura que requer e que não é facilmente encontrada, como os campos, os cavalos e outros. Talvez o mais falado deles seja, realmente, o custo, pois, como todo esporte considerado de elite, requer alto investimento e manutenção. Mas o que talvez seja o seu grande diferencial é o fato de que o polo permite conectar grandes marcas a um público exclusivo, utilizando para isso o seu ambiente natural. A atmosfera e o lifestyle que envolvem o polo são absolutamente únicos, e isso tem sido percebido pelas grandes marcas.

 

Revista SJP: O que representa a SJP para o esporte no Brasil?

 

José Eduardo Kalil: em termos esportivos buscamos sempre a vitória e, paralelamente, representar o patrocinador, superando suas expectativas. No que diz respeito às nossas ações, como os eventos e a revista, pretendemos ser, de fato, uma referência e trazer, cada vez mais, marcas importantes para o nosso esporte. Um exemplo disso é a chegada de mais um importante parceiro. A tradicional marca de motocicletas italiana Ducati estará conosco como patrocinadora da Copa Ouro e, também, na camisa da equipe Itanhangá de polo, nosso competidor dentro dos campos.

 

Revista SJP: O que o polo representa para você e como isso faz parte de sua vida?

 

José Eduardo Kalil: Representa a continuidade de um relacionamento de âmbito familiar, ou seja, faz parte de uma tradição. Comecei a jogar quando criança, inspirado por meu pai, e assim faço com meus filhos. É um esporte que traz, em sua essência, emoção e muita competitividade, o que acaba tornando a maioria dos seus adeptos realmente apaixonados, e paixão é algo que costumo colocar em todos os meus projetos. Hoje o polo representa para mim muito mais do que um simples esporte. Dentro dos campos o prazer de conviver com amigos e filhos, e fora deles um negócio promissor. Negócio esse que está apenas começando!